Vida social na terceira idade.

Ainda hoje, muitas pessoas carregam uma ideia equivocada de que idosos não devem ou não podem levar uma vida ativa, como sair com amigos, viajar, praticar atividades físicas, participar de grupos culturais, fazer compras ou iniciar novos hobbies. Mas essa percepção desatualizada ignora uma verdade essencial: envelhecer não é sinônimo de incapacidade.

O processo de envelhecimento é profundamente heterogêneo. Enquanto alguns idosos podem precisar de ajuda em atividades do dia a dia, muitos outros permanecem autônomos, ativos e cheios de disposição para viver novas experiências. E é justamente essa autonomia que deve ser respeitada, estimulada e valorizada — inclusive no aspecto social.

Isolamento social: um risco silencioso para a saúde do idoso

O isolamento social na terceira idade pode gerar consequências importantes para a saúde física e emocional, como:

  • Maior risco de depressão e ansiedade;
  • Piora de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes;
  • Aumento da fragilidade física;
  • Declínio cognitivo mais acelerado;
  • Sentimentos de solidão, inutilidade ou tristeza.

Por isso, promover a inclusão social e o convívio com outras pessoas não é apenas um ato de carinho — é uma medida concreta de prevenção e cuidado com a saúde.

Superproteção pode ser prejudicial à autonomia

É comum que familiares ou cuidadores, com a intenção de proteger, passem a restringir atividades simples do cotidiano do idoso, como sair sozinho, fazer compras ou tomar decisões. No entanto, essa “superproteção” pode ser percebida como um desrespeito à capacidade e à história de vida dessa pessoa.

Imagine alguém que foi responsável por uma casa, criou filhos, trabalhou a vida toda — e, de repente, é tratado como se não pudesse mais fazer nada sozinho. Essa abordagem, ainda que bem intencionada, fere a autoestima, a individualidade e a autonomia, gerando frustração e, muitas vezes, retraimento.

Incentivar a vida social é respeitar a história e os desejos do idoso

Encorajar o idoso a manter ou retomar uma vida social ativa é uma forma de respeito e cuidado. A autonomia deve ser estimulada de forma empática e adaptada às capacidades e vontades de cada pessoa. Algumas atitudes simples podem fazer toda a diferença:

  • Incentivar a frequência em centros de convivência ou grupos de terceira idade;
  • Estimular atividades como caminhadas, danças, yoga, artesanato ou jardinagem;
  • Propor viagens em grupo ou passeios culturais;
  • Facilitar o uso de tecnologias para manter o contato com amigos e familiares;
  • Ajudar na organização da rotina de lazer, respeitando os limites e desejos do idoso.

Avaliação médica pode ajudar a definir os limites com segurança

Caso haja dúvidas quanto à capacidade cognitiva ou física do idoso para realizar determinadas atividades, é fundamental procurar um geriatra de confiança. A consulta geriátrica avalia de forma ampla o estado de saúde, funcionalidade, cognição e riscos — e pode orientar com segurança quais atividades são recomendadas ou quais cuidados são necessários.

Saúde do idoso
Dra. Sibelle Tierno

Como evitar a perda de memória.

A perda de memória pode fazer parte do envelhecimento natural, mas alguns hábitos ajudam a preservar a saúde do cérebro. No blog, a Dra. Sibelle Tierno, médica geriatra em São Paulo, orienta sobre os cuidados com a memória: atividade física, exercícios cognitivos, boa alimentação, sono de qualidade e uso de estratégias no dia a dia. Quando o esquecimento começa a interferir nas tarefas cotidianas, é hora de procurar um geriatra para avaliação. Prevenção, cuidado e atenção fazem toda a diferença!

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Autora
Dra. Sibelle Tierno

 

Sou médica formada pela Universidade Federal de Santa Maria, com residência em Clínica Médica e especialização em Geriatria pelo Hospital das Clínicas da USP. Também me aprofundei em Cuidados Paliativos no Hospital Sírio-Libanês, pois acredito que a medicina deve olhar para o paciente de forma integral, sempre priorizando o conforto e a dignidade.

Por que buscar um geriatra?

O acompanhamento especializado ajuda a prevenir complicações, melhorar sintomas e proporcionar mais conforto no dia a dia. Não espere para buscar um cuidado adequado para você ou para quem você ama.